o diário digital e um sistema de limpeza de conteúdos
o editorial do diário digital, assinado pela sandra gonçalves, é, à semelhança do próprio 'jornal', uma delícia. relembro que este é o diário que, mesmo funcionando exclusivamente online, não disponibiliza feeds rss, e que foi nas suas páginas que pude ler que o google ia lançar o myspace em frança. o editorial encontra-se mais abaixo. os negritos são meus.
Um dia como outro qualquer, a navegar de forma intrépida pela web (muito por culpa da profissão), depois de esgotada a consulta pelos sites e portais favoritos, e chego à conclusão que a Internet já está a precisar de uma reestruturação, de um mega recycle bin . A rede está caótica. Pejada de páginas desactualizadas, mal concebidas, com conteúdos fracos e mau design. Em suma, a Internet, está anárquica.
Sem querer ferir susceptibilidades, e ciente de que este é um espaço que se quer livre, aberto, democrático, acho que é urgente a criação de uma comissão para estudar formas de reestruturar este enorme colosso que é a Internet.
Perguntará o leitor o porquê deste inusitado discurso. O tema não foi escolhido ao acaso. Surge na sequência de um fait divers sobre um site concebido para estimar a esperança média de vida de uma pessoa. Para o cálculo, é necessário inserir algumas «coordenadas»: data de nascimento, sexo, peso/altura e se é fumador. O resultado é preciso. Dá-nos o dia e o ano da nossa morte. Abracei a ideia. Fiz o teste. Apontei a data num post-it, na esperança de me lembrar de confirmar se bateu certo. O que duvido, pois as previsões apontam para 2050 e tal.
A ideia é curiosa, mas não deixa de ser trash, à semelhança de tantos outros conteúdos que entopem a Internet.
Findo o fascínio por este «Mundo Novo», a opinião parece ser consensual. Os cibernautas consultam 5/10/20 sites pré-definidos (os favoritos). Nos dias em que se sentem mais audazes ou simplesmente desocupados, podem até perder algumas horas a navegar. E o resultado? Nulo. Volta-se ao mesmo. Às mesmas consultas rotineiras de sempre. Àquelas que nos garantem o standard de qualidade que exigimos, seja ele qual for.
Dito isto, considero que está na altura de uma web 2.0. Menos adolescente, mais amadurecida, mais ponderada e, sobretudo, com um sistema de limpeza de conteúdos. Possivelmente, e talvez me arrependa de dizer isto, defendo o regresso da censura, mas desta vez noutro contexto, ao do ciberespaço.
gostava de dizer uma ou duas coisas à sandra: quando afirma a existência de 'páginas mal concebidas, com conteúdos fracos e mau design' está a referir-se à casa onde trabalha? é que o tal 'sistema de limpeza de conteúdos' - a censura como depois lhe chama - pode encontrar no diário digital razões suficientes para o...fazer desaparecer. quanto à web 2.0, informo-a que a expressão em si surgiu em 2003, ou seja, há quatro anos atrás. que não tenha reparado, compreendo - o diário digital não reparou, isso é certo. depois, a tal opinião consensual sobre a forma como os cibernautas utilizam a internet - consensual para quem?
se quiserem enviar um e-mail à sandra gonçalves, podem fazê-lo aqui. duvido que obtenham resposta mas, ainda assim, não custa tentar.
1 comentários:
Não é preciso censura. O problema das páginas mal concebidas e dos conteúdos fracos não é da web, é das pessoas.
E a solução consegue ser bastante simples. Vamos subir a fasquia! Seja nos blogs, nos podcasts ou nos videocasts.
Se vamos fazer alguma coisa, por mais simples que seja, então vamos fazê-la o melhor possível. :)
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