quarta-feira, 30 de maio de 2007

há coisas fantásticas, não há?

"A NASA dispensou William Oefelein, o astronauta envolvido num triângulo amoroso que meteu uma longa viagem de carro e uma tentativa de rapto. A agência espacial dos EUA já tinha dispensado, em Março, Lisa Nowak, a astronauta apaixonada por Oefelein que acabou por ser acusada de tentar raptar uma rival amorosa.
Em Fevereiro, Nowak percorreu 1500 quilómetros de carro, para atacar Colleen Shipman, com gás-pimenta, por pensar que esta tinha uma ligação amorosa com Oefelein. Usou fraldas, para não ter de parar durante a viagem, e levava uma faca e uma espingarda de pressão de ar. Aguarda agora julgamento".

no público de hoje.

portanto, segundo o autor da notícia, a moça terá usado fraldas para não ter de parar durante a viagem. de facto, o senso comum (português) leva-nos a essa conclusão e o título da posta poderá ter condicionado o leitor para esse caminho. no entanto, considero que existem boas razões para a utilização de fraldas no dia a dia - e não me refiro apenas à manifestação de bom gosto subjacente à escolha. acho que é de uma pequenez tremenda, típica do país em que vivemos, atribuir a utilização de fraldas a algo menor, quando comparado com todas as outras vantagens que as fraldas proporcionam a quem as utiliza. mais, se a senhora não quisesse de facto parar durante a viagem, teria optado por conduzir um carro sem travões*.

*(nota para o leitor que estava a achar alguma graça à discussão de uma coisa tão sem sal como o uso de fraldas e, de repente, se deparou com a última frase: foi tão só uma pequenissíma homenagem deste blogueiro** que vos acolhe aos (sim!) 'malucos do riso'. e antes de o dizer, eu já sei - ninguém vê os 'malucos do riso', claro. no entanto, quando se fala naquele momento inesquecível em que o(a) actor(a) olha para a câmara*** todos - e atenção, quando digo todos é todos - sabem do que falamos.)

**(sendo que aqui faço, ao utilizar a expressão blogueiro, outra homenagem, desta vez a um 'colega' da blogosfera lusa)

***(momento em que, no fundo, o actor olha para si, mero espectador impossibilitado de interagir com a realidade do outro lado do écran, à procura que você - sim - você, lhe forneça uma explicação lógica para o gag. um olhar que demonstra, em menos de três segundos, toda a fragilidade artística inerente à condição de actor - não será, de todo, uma profissão como tantas outras - é uma experiência, uma vivência, uma roupa que se veste e que nunca mais se conseguirá despir, por muito que se lute contra isso)

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